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Reflexos no mercado

Entenda por que a vitória de Trump pode ser boa para o agro brasileiro

Publicado em

AGRICULTURA

Foto: Divulgação

A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos e a promessa de uma agenda protecionista podem gerar uma série de reflexos no mercado brasileiro, principalmente no agronegócio. Atualmente, os Estados Unidos estão entre as principais parcerias do agro brasileiro, ficando atrás apenas da China e União Europeia. Para especialistas ouvidos pelo R7, um possível estímulo ao setor privado estadunidense pode aumentar a demanda por commodities agrícolas, o que pode favorecer o Brasil e contribuir para a diversificação comercial.

Não seria a primeira vez que os Estados Unidos imporiam taxas a outros países. No seu primeiro mandato, em 2018, Trump decidiu aplicar tarifas às importações de produtos chineses, e como retaliação a China também chegou a anunciar novos impostos aos americanos. Com a necessidade de novos mercados, os governos chinês e brasileiro estreitaram as parcerias comerciais.

Segundo o Ministério da Agricultura, até setembro deste ano, a China foi o destino de 32,9% das exportações brasileiras, tendo adquirido quase US$ 42 bilhões em produtos do setor. No geral, soja, carne e café estão entre os produtos com maior representação na exportação brasileira.

Especialistas apontam que a intensificação da atividade econômica nos Estados Unidos pode beneficiar a produção nacional e contribuir para a aproximação entre China e Brasil. O especialista em comércio exterior Larry Carvalho explica que, apesar dos desafios, a política de Trump pode abrir oportunidades no mercado chinês.

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“Durante sua presidência, a guerra comercial entre os EUA e a China fez o Brasil se tornar um fornecedor importante para a demanda chinesa por soja e milho. A reimposição de tarifas pode abrir mais oportunidades no mercado chinês, embora o Brasil também enfrente desafios em outros mercados. A visita de Xi Jinping ao Brasil e as negociações sobre a Iniciativa do Cinturão e Rota podem fortalecer ainda mais essa parceria”, disse Carvalho.

Especialista em relações governamentais e comércio internacional, José Pimenta pontua que será pouco provável que os EUA engajem em negociações de abertura de mercado nos próximos anos. Apesar disso, as políticas podem trazer benefícios indiretos ao comércio brasileiro.

“Espera-se que as barreiras tarifárias levantadas por Trump gerem retaliações internacionais, o que permitirá ao Brasil ganhar espaço em mercados que tradicionalmente são dos Estados Unidos, o que ocorreu entre 2017 e 2020, especialmente com a China. Durante o período, as exportações brasileiras à China cresceram 20% ao ano, em média”, lembrou.

Em complemento, o especialista em planejamento estratégico empresarial Fernando Canutto explica que a vitória de Trump e a possível implementação de tarifas que afetariam produtos agrícolas de outros países podem potencialmente colocar o comércio do Brasil como alternativa. Produtos como soja, milho, etanol, carne bovina e suco de laranja são os que o Brasil mais exporta para os EUA.

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Canutto comenta, ainda, sobre os possíveis reflexos na economia americana. “A taxação sobre produtos importados pode levar a um aumento nos preços internos, afetando consumidores e indústrias que dependem de matérias-primas importadas. Trump, provavelmente compensaria reduzindo impostos”, disse.

 

Efeitos econômicos

Com o resultado das eleições, o dólar fechou a última sexta-feira (8) em alta de 1,07%, cotado a R$ 5,7359. Na semana passada, a moeda americana acumulou desvalorização de 2,27%, em aparente correção e ajustes após ter atingido em 1º de novembro o segundo maior nível histórico nominal no fechamento (R$ 5,8694).

O economista Hugo Garbe afirma que a alta da moeda pode criar oportunidades para alguns setores exportarem, principalmente aqueles que operam em commodities.

“No entanto, esse impulso depende da capacidade do governo de criar condições de infraestrutura e logística que permitam o escoamento eficiente da produção brasileira para mercados externos”, completou.

 

Guerra comercial

Em 2018, guerra comercial entre os Estados Unidos e China permitiu que o Brasil alcançasse um dos maiores níveis de exportação para a época.

Desta forma, a alteração do fluxo comercial possibilitou, ainda, uma maior quantidade de dólares retidos no país, melhorando o saldo nas contas externas.

 

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AGRICULTURA

Conheça os países que mais compraram de MT e o que buscaram no estado em 2024

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Mato Grosso caminha para encerrar 2024 como o quarto estado brasileiro que mais exportou, totalizando aproximadamente US$ 25,9 bilhões em vendas externas entre janeiro e novembro, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Os principais produtos exportados pelo estado foram soja, milho e algodão, com os mercados da Ásia e Europa como destinos predominantes.

A China segue como o maior parceiro comercial de Mato Grosso, respondendo por 33,8% das exportações estaduais no período, o que equivale a US$ 7,9 bilhões. O país asiático adquiriu principalmente soja, carne bovina congelada, algodão, milho e minérios de chumbo.

Além da China, o ranking dos dez maiores compradores de Mato Grosso inclui Vietnã, Tailândia, Indonésia, Turquia, Espanha, Egito, Bangladesh, Argélia e Irã. Cada um desses países se destaca por demandas específicas: o Vietnã, por exemplo, é um grande importador de tortas e resíduos sólidos da extração do óleo de soja, enquanto a Espanha compra sementes e frutos oleaginosos.

Além de soja, milho e óleos vegetais, a Tailândia se destaca por comprar açúcares de cana ou de beterraba de Mato Grosso, enquanto a Indonésia faz também a importação de resíduos da fabricação do amido, polpas de beterraba, bagaço de cana-de-açúcar e outros desperdícios da indústria do açúcar. Além de legumes de vagem, secos e em grão.

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Desempenho de Mato Grosso em 2024

Embora o estado mantenha se destaque no comércio exterior, o valor exportado entre janeiro e novembro 2024 representa uma queda de 13,8% em relação ao mesmo período de 2023. O desempenho vai na contramão do cenário nacional, que registrou crescimento nas exportações no mesmo intervalo.

A retração estadual é atribuída, em grande parte, à quebra de produção da safra de soja 2023/2024 e ao aumento da demanda interna pela oleaginosa, impulsionado pelo setor industrial. A soja, principal produto da pauta de exportação mato-grossense, teve seu desempenho impactado diretamente por esses fatores e registrou queda de 28% nas exportações. O milho percorreu sentido parecido e acumulou uma queda de 21%.

O algodão bruto por sua vez teve um crescimento de quase 96% das exportações e variou positivamente cerca de US$1,4 bi na comparação entre 2024 e 2023. Na indústria de transformação, o destaque foi para farelos de soja e outros alimentos para animais, produto que foi responsável por 12% de todas as exportações mato-grossenses e cresceu quase 10% entre 2023 e 2024.

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A carne bovina fresca ou congelada teve queda de 23% e faturou US$632 mi a menos que no ano passado. Gorduras e óleos vegetais, que representaram 1,7% das exportações, também tiveram uma variação negativa, de cerca de -42% em relação a 2023. Demais produtos da indústria de transformação tiveram alta de 21%, conforme o MDCI.

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