Pesquisar
Close this search box.
CUIABÁ
Pesquisar
Close this search box.

Competitividade

Brasil importa menos de 1% da carne e tem preço 14% abaixo da média global

Publicado em

AGRONEGÓCIO

Foto: Divulgação

O Brasil é o segundo maior produtor de carne do mundo e está na liderança quando o assunto é exportação. Por conta desse protagonismo, o setor de proteína animal estranhou a medida anunciada pelo governo federal na última quinta-feira (6) de zerar a alíquota de importação do produto na tentativa de baratear o alimento.

A sócia-fundadora da Agrifatto, Lygia Pimentel, é uma das que vê com estranheza a ação, visto que o país compra de fora menos de 1% da carne que consome.

“E é importante entender que 96% desse pequeno volume importado vem do próprio Mercosul, que já tem acordos de isenção embutidos em si mesmo, já que o bloco serve, basicamente, para fazer esses acordos de cooperação mútua, de zerar alíquotas, de chegar a um denominador comum para todo mundo. Então, o que ficaria de fora seria mais ou menos 4% daquele menos de 1%, ou seja, no caso da carne, não é algo que faz muita diferença.”

Segundo Lygia, pela alta produção nacional da proteína animal, o Brasil é altamente competitivo no mercado. “Quando comparamos preços de carne com os maiores exportadores globais, o Brasil fica em uma média ponderada 14% mais barato do que a média de preços do globo. Então, para pagarmos uma carne importada mais barata, precisaríamos importar de nós mesmos”, considera.

Leia Também:  STF autoriza Estado a cortar incentivos de empresas que aderirem à moratória da soja

Para ela, o mesmo conceito se aplica em relação a quase todas as commodities que o governo pretende zerar a alíquota de importação, casos do milho, café e açúcar.

“No meu ponto de vista, a isenção [da alíquota de importação] é bem-vinda, é positivo que a gente isente setores, principalmente os básicos da economia, porque o imposto vem em cascata ao chegar ao consumidor, então não se significa que a isenção não seja uma coisa positiva, significa apenas que a isenção não terá efeitos práticos nesse caso.”

De acordo com Lygia, isso acontece porque o Brasil precisaria importar aquilo que o país já é muito eficiente em produzir ou que já produz de forma muito barata. “Então, na verdade, os efeitos ao produtor rural não acontecerão. É uma medida paliativa com um efeito muito reduzido e extremamente limitado, para não falar zerado, mas que não traz efeitos práticos na hora de reduzir a pressão inflacionária”, afirma.

Assim, a especialista reforça que a medida do governo federal em zerar a alíquota de importação da carne não trará qualquer tipo de impacto nas cotações do boi gordo.

Perspetivas para o setor

A respeito do mercado do boi gordo, Lygia destaca que o setor está saindo de um terceiro ano de liquidação de fêmeas, com os abates seguindo elevados entre janeiro e fevereiro.

Leia Também:  Vereadores cobraram propina em obras do Contorno Leste em Cuiabá; empresário é alvo da PC

“Estamos liquidando fêmeas em resposta à crise econômica que vivemos na pecuária de 2022 até agora. Tivemos uma recuperação no final do ano passado, mas ela não alcançou o criador, principalmente, e isso sugere que haverá muito em breve um esgotamento de oferta porque quando liquidamos as matrizes do rebanho, reduzimos a capacidade produtiva por consequência”, ressalta.

De acordo com ela, o setor já está diante da finalização do abate de fêmeas quando se enxerga o ciclo pecuário sobre o ponto de vista de preço de bezerro. “A margem da atividade de cria ainda não decolou, mas já saiu de um fundo que também é um sintoma dessa posição de virada de ciclo, de fase de alta para, logo mais, uma fase de baixa.”

Lygia reforça que a reação de preços no ano passado, quando a arroba passou a ultrapassar os R$ 300, foi estimulada, principalmente, pela alta demanda e não por queda na oferta. “Estamos às portas de uma fase de alta de ciclo pecuário, pensando no preço do boi gordo. Então as perspectivas são positivas, resta saber o quanto disso vai ter que ser equilibrado, ou seja, será que vamos ter que abater mais fêmeas ou apenas um pouco para a gente conseguir atender a demanda.”

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

AGRONEGÓCIO

Agro bate recorde e exporta R$ 223 bilhões no 1º trimestre de 2025

Publicados

em

Foto: Divulgação

O agronegócio brasileiro registrou, no primeiro trimestre de 2025, o maior volume de exportações da história para o período, com vendas externas que somaram R$ 223,3 bilhões, segundo balanço divulgado pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Em março, o setor exportou R$ 92 bilhões — o segundo melhor resultado já registrado para esse mês. O crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento no volume embarcado, que subiu mais de 10% na comparação com março de 2024. Os preços médios dos produtos também avançaram, mas em ritmo mais moderado, com alta de 2%.

Entre os destaques do mês estão a soja em grãos (R$ 33,6 bilhões, +7%), o café verde (R$ 8,3 bilhões, +92,7%), a carne bovina in natura (R$ 6,5 bilhões, +40,1%), a celulose (R$ 5,8 bilhões, +25,4%) e a carne de frango in natura (R$ 4,6 bilhões, +9,6%).

O café verde praticamente dobrou o valor exportado em relação ao mesmo período do ano passado. A carne bovina também teve crescimento expressivo, enquanto a soja se manteve como principal produto do agro brasileiro no comércio internacional.

Leia Também:  Antecipação do processo eleitoral de 2026 causa dúvidas quanto ao futuro do governador Mauro Mendes

O superávit do setor no acumulado do trimestre chegou a R$ 192 bilhões, mesmo considerando as importações do país.

A China se manteve como principal destino dos produtos agropecuários brasileiros, seguida pela União Europeia e pelos Estados Unidos. Também houve aumento nas exportações para países asiáticos como Vietnã, Turquia, Bangladesh e Indonésia, com destaque para produtos como soja, algodão, celulose e carnes.

“Esses números confirmam que estamos promovendo o crescimento do agro com responsabilidade, sustentabilidade e com os olhos voltados para novos mercados e oportunidades para produtos com maior valor agregado”, disse Fávaro.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

ENTRETENIMENTO

MAIS LIDAS DA SEMANA