Pesquisar
Close this search box.
CUIABÁ
Pesquisar
Close this search box.

APOSENTADORIA COMPULSÓRIA

Juiz acusado de venda de sentenças será julgado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso

Publicado em

GERAL

Foto: Divulgação

O juiz Victor Lima Pinto Coelho, da Vara Única, determinou o envio ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) da ação penal que tem como réu o juiz aposentado compulsoriamente Wendell Karielli Guedes Simplício, acusado de corrupção passiva. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (29).

Segundo a denúncia, Wendell teria solicitado propina em troca de decisões judiciais nas comarcas de Feliz Natal e Vera, entre os anos de 2005 e 2007. As investigações resultaram na abertura de um processo administrativo disciplinar, que levou à sua aposentadoria compulsória em 2015.

Além do ex-magistrado, também serão julgados pelo TJ-MT o ex-oficial de Justiça Jober Misturini, o ex-escrivão judicial Leandro Sauer e os advogados Jarbas Lindomar Rosa e Carolina Stefanello Segnor.

Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o pedido da defesa de Wendell para trancar a ação penal. O argumento de que a acusação seria genérica foi afastado pelo ministro Antonio Saldanha Palheiro, que ressaltou que a denúncia tem como base quebra de sigilo telefônico e provas coletadas em investigação conduzida pelo próprio TJ-MT, apontando a suposta venda de sentenças.

Leia Também:  Mato Grosso sediará 1ª edição da COP Pantanal

Ao declinar da competência, o juiz Victor Coelho citou o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a prerrogativa de foro deve ser mantida mesmo após a saída do cargo, desde que os fatos tenham relação com a função exercida.

“Assim sendo, em observância à determinação do STF da aplicação imediata da nova interpretação aos processos em curso, ressalvados todos os atos praticados por este Juízo com base na jurisprudência anterior, declino da competência do feito em favor do egrégio Tribunal de Justiça de Mato Grosso, considerando, para tanto, a prerrogativa de foro do réu Wendell Karielli Guedes Simplício, juiz de direito aposentado compulsoriamente”, escreveu.

“Tendo em vista o teor do Súmula n. 704 do STF, o processamento e julgamento do feito pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso se estende aos demais corréus”, acrescentou.

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

FAMOSOS

TCU revela R$ 10,6 milhões de sobrepreço em estradas de Mato Grosso com verbas do MAPA

Publicados

em

Foto: Divulgação

Fiscalização do TCU (Tribunal de Contas da União) apontou indícios de sobrepreço e possíveis desvios no valor de R$ 10,6 milhões em obras de recuperação de estradas vicinais feitas com verbas do Ministério da Agricultura.

O relatório cita quatro cidades de Mato Grosso, base eleitoral do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD). Ele foi vice-governador, é senador licenciado e uma das principais lideranças politicas do estado.

O TCU levantou deficiências em três procedimentos de engenharia. Vários pontos do relatório mencionam falhas de fiscalização que culminaram em R$ 10,6 milhões sob suspeita, assim distribuídos.

R$ 1,6 milhão – pagamentos de cascalho;

R$ 3,8 milhões – desembolsos por serviço sem comprovação de execução;

R$ 5,2 milhões – valor pago em material e pessoal que supera o necessário para a obra.

O Ministério da Agricultura não se posicionou. Ele foi acionado pelo UOL pelo email de atendimento à imprensa e por WhatsApp. O espaço segue aberto para comentários.

O relatório do TCU foi apresentado em 10 de setembro. O documento, redigido pelo ministro Walton Alencar Rodrigues, se baseou em fiscalização feita entre março e novembro do ano passado e examinou obras contratadas entre 2019 e 2023.

Os quatro municípios citados pelo TCU não se manifestaram. A lista contém as seguintes cidades de Mato Grosso:

Convênios explodem sem fiscalização

O TCU ressalta o crescimento de convênios a partir de 2023. Este foi o primeiro ano de Fávaro à frente do Ministério da Agricultura. Até então, a forma preferida para transferência de verbas era por contrato de repasse —administrado e fiscalizado pela Caixa Econômica.

O relatório ressaltou a preferência que a gestão Fávaro deu aos convênios. Também é a apontado que Mato Grosso se tornou o principal destino destas verbas.

Leia Também:  Dois homens morrem afogados no Rio Cuiabá neste domingo

10 convênios assinados entre 2019 e 2022

0,3% dos recursos para estradas vicinais saiam de convênios;

183 convênios firmados em 2023;

59% dos recursos para estradas vicinais saíram de convênios;

R$ 147,3 milhões (47,4%) de toda a verba para estradas vicinais foi para o Mato Grosso.

Enquanto os desembolsos cresceram, a fiscalização diminuiu. O TCU ressalta que, ao priorizar os convênios, o Ministério da Agricultura abriu mão de toda a expertise que a Caixa Econômica tinha na fiscalização de recuperação de estradas vicinais.

Transporte falso de cascalho

O TCU apontou pagamento de quase R$ 1,6 milhão por transportes que não aconteceram. A suspeita surgiu ao analisar a jazida indicada como fonte de cascalho para a recuperação de estradas vicinais na cidade de Canarana.

A jazida fica 34,68 km distante da obra. Foi pago R$ 1,6 milhão para caçambas fazerem este trajeto. Cálculos do TCU indicaram que o custo do serviço não passava de R$ 100 mil.

Fiscais descobriram que as viagens não aconteceram. Técnicos do TCU percorreram a estrada em recuperação e perceberam a retirada de cascalho da beira da rodovia.

O material foi coletado em pontos próximos ao canteiro de obras. “A DMT [distância média de transporte] do serviço de recomposição de revestimento primário seria de 0,95 km”, descreve um trecho do relatório.

O TCU indica uma discrepância milionária entre o que foi desembolsado e o custo real. Os valores foram calculados pelos técnicos responsáveis.

Pagar por um serviço e receber outro

O relatório indica R$ 3,8 milhões em sobrepreço nas obras. O motivo seria pagar pela recomposição mecanizada de aterro (um serviço mais caro), mas na verdade ser executada a elevação de greide (mais barata).

Leia Também:  Mato Grosso sediará 1ª edição da COP Pantanal

Recomposição mecanizada de aterro – recuperação do aterro retomando suas dimensões e inclinações originais e eliminação de erosão.

Elevação de greide – aumentar a altura de uma via adicionando e compactando camadas de materiais como brita ou cascalho.

Outra vez é citado pagamento por transportes não executados. As prefeituras incluíram uso de caçambas para transportar material de jazida por 2 km.

O relatório considera o serviço desnecessário e afirma que ele não ocorreu. “Inexiste comprovação de que o caminhão basculante de 6 m3 tenha sido usado, não havendo nenhum registro desse equipamento, seja nos relatos das vistorias físicas, nos diários de obra ou nas fotografias incorporadas aos relatórios de acompanhamento.”.

Os cálculos apontaram o sobrepreço por cidade. A lista abaixo contém os valores:

Alta Floresta – R$ 285.759,38;

Canarana – R$ 1.890.255,24;

Gaúcha da Norte – R$ 694.069,61;

Querência – R$ 962.982,20;

Total – R$ 3.833.066,43.

Contratações superdimensionadas

O TCU descobriu ainda R$ 5,2 milhões em gastos com custeio acima do justificável. O motivo seria a contratação de máquinas, pessoas e serviços em quantidade acima do necessário para as obras.

O relatório ressalta que a recuperação de estradas vicinais não é algo complexo. “Os serviços relacionados à pista de rolamento se limitam a procedimentos de terraplenagem, visto que não há capas ou revestimentos asfálticos, de concreto ou qualquer acabamento que não o material terroso [cascalho].

Veja cálculo por município

Alta Floresta – R$ 987.988,14;

Canarana – R$ 1.695.970,92;

Gaúcha do Norte – R$ 1.144.079,28;

Querência – R$ 1.401.894,50;

Total – R$ 5.229.932,84.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

ENTRETENIMENTO

MAIS LIDAS DA SEMANA