Artigo
Um programa para todos os planos
OPINIÃO

O Brasil é uma grande fábrica de planos. Já tivemos por aqui planos de tudo quanto foi jeito para ajeitar o País. Poucos vão se lembrar do Plano Salte do governo Dutra, do Plano Lafer do Presidente Vargas ou do Plano de Metas do Saudoso JK. Mais recentemente é impossível esquecer do Plano Collor e por último o Plano Real do FHC, mas o que todos sabem é que por um motivo ou outro todos eles fracassaram, em parte ou no todo.
É impressionante o tempo que se perde nos ministérios espalhados pela esplanada em desenhar coisas que nunca foram feitas, sim que nunca foram feitas, porque senão o inventor não poderia se apropriar do tema. São servidores e mais servidores que ao inventar a nova pólvora, se apropria da sua invenção como se fosse o plano da vida dele, e não um plano de governo. São caixinhas que não conversam com outras caixinhas, e no final tudo fracassa, talvez esse seja o grande motivo de tantos burros n’água.
Desde 2003 temos o plano safra, que tem como missão financiar a produção agropecuária nacional, sendo que na última delas, a safra 24/25 foram anunciados mais de 400 bilhões de reais para o setor. Mas será que ele funciona como deveria? Os produtores estão satisfeitos? A resposta é não.
Também temos o plano de recuperação de pastagens degradadas, que surgiu em 2023 prometendo recuperar 40 milhões de hectares de pastagens pelo Brasil que perderam a capacidade ideal de suporte. É um bom plano, mas na prática, quanto se recuperou?
Ainda, lá em 2020 foi criado o plano nacional de bioinsumos, focado em aproveitar a biodiversidade brasileira para reduzir o uso de defensivos químicos, diminuindo o custo de produção e de quebra tornando o modelo produtivo nacional ainda mais sustentável. Depois de longos 05 anos finalmente a lei foi aprovada, e se espera que em 2025 finalmente o setor tenha a regulamentação para o uso, produção e comercialização.
Ainda se fala em plano de carbono, plano clima, plano rastreabilidade. Oras, será que não chegou a hora de juntar todas essas iniciativas que deveriam ser transversais, mas não são, em uma única ação de governo? Que tal juntar todos os planos existentes no Ministério do Meio Ambiente, da Agricultura, do Desenvolvimento Regional e da Ciência e Tecnologia em um grande programa de governo, que seja perene, transversal e principalmente, que não termine quando muda o presidente?
Vamos criar o Programa Nacional de Produção Agropecuária Sustentável!
Essa ação seria um marco para a produção agropecuária brasileira, e poderia ser apresentada com toda pompa e circunstância em novembro, na COP 30.
É preciso pensar a produção como um todo, no crédito que viabiliza a compra de insumos, na assistência técnica que orienta o uso e as boas práticas, no ganho ambiental e produtivo que a recuperação de áreas degradadas traz ao sistema, na mitigação das emissões de gases do efeito estufa, na melhoria de renda e na geração de emprego.
O clima é importante, sim muito. Mas não é mais importante que as pessoas. Se tivermos um grande programa que pense no conjunto da obra, além dos resultados sócio-econômicos, certamente teremos bons resultados para o meio ambiente e para o clima.
Chegou a hora aparar as arestas e as vaidades de cada caixinha de lado e mostrar que o Brasil é maior e tem um projeto de futuro para a produção nacional, sem ideologia ou cores, e sim compromisso com o cidadão e com o setor.
*Luciano Vacari é gestor de agronegócios e CEO da NeoAgro Consultoria.

OPINIÃO
Conexão Noruega-Mato Grosso: Ciência e Robótica no Agro.

A internacionalização do agronegócio mato-grossense tem se consolidado como uma estratégia fundamental para fortalecer sua competitividade global, promover inovação tecnológica e garantir a sustentabilidade da produção. Nesse contexto, a cooperação internacional desempenha um papel estratégico, ao possibilitar o intercâmbio de conhecimento, o desenvolvimento de soluções inovadoras e a formação de profissionais altamente qualificados.
O projeto DIP-Farm Edu – Programa de Inovação Digital para Educação e Pesquisa em Robótica Agrícola, Melhoramento de Plantas e Produção Sustentável de Alimentos (em português) – exemplifica esse potencial. Trata-se de uma iniciativa de cooperação entre Mato Grosso e Noruega, liderada pela Universidade Norueguesa de Ciências da Vida (NMBU) e pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com a participação do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT) e de empresas e organizações do setor agroindustrial dos dois países.
Como professor e pesquisador envolvido nesse projeto, terei a oportunidade de ministrar o curso “Agronegócio Global Sustentável” para os participantes noruegueses e brasileiros. Esse curso será um espaço estratégico para a troca de conhecimento entre Brasil e Noruega, permitindo que os alunos compreendam os desafios e oportunidades do agronegócio sustentável sob múltiplas perspectivas. Além disso, o curso será uma oportunidade para promover a imagem do setor de produção agropecuário e agroindustrial de Mato Grosso, destacando sua relevância econômica, sua competitividade global e os avanços em tecnologia e sustentabilidade. Essa exposição fortalecerá a conexão entre os dois países, com potencial para abrir novas possibilidades de colaboração e até mesmo de investimentos no agronegócio mato-grossense.
Com duração de 2025 a 2028, o projeto visa fomentar a inovação digital aplicada ao agronegócio, com foco no uso de robótica, inteligência artificial e big data para a produção sustentável de alimentos. Além disso, promoverá a mobilidade acadêmica e o desenvolvimento de um ambiente de aprendizado global para estudantes brasileiros e noruegueses.
Essa interação acadêmica e científica reflete a importância da colaboração internacional como impulsionadora do desenvolvimento tecnológico no agronegócio mato-grossense. Além de facilitar o acesso a pesquisas de ponta e inovações aplicadas, ela fortalece a inserção do estado em redes globais de conhecimento, ampliando as oportunidades de negócios e consolidando Mato Grosso como referência global em produção sustentável.
Dessa forma, projetos como o DIP-Farm Edu representam mais do que uma parceria acadêmica: são um passo essencial para transformar o futuro do agro, alinhando competitividade, tecnologia e responsabilidade socioambiental.
*Prof. Dr. Lucas Oliveira de Sousa é PhD em Ciências Agrícolas (Universität Hohenheim), professor e pesquisador da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT, consultor e palestrante.
-
Conversa de Bastidor6 dias atrás
Marcelo Oliveira garante esforço por obra do BRT mas não define data
-
GERAL6 dias atrás
Governo vai apresentar políticas públicas em 8 feiras do agro em 2025
-
GERAL4 dias atrás
TCE-MT aponta direito de servidores à devolução de contribuição previdenciária cobrada indevidamente
-
OPINIÃO7 dias atrás
Derrapadas, gafes e deslizes
-
GERAL7 dias atrás
Lobby, violência e conexões perigosas: a parte não contada do escândalo
-
GERAL6 dias atrás
BRT será licitado em lotes; Estado tem recursos para conclusão das obras
-
GERAL7 dias atrás
STF alega que lobista corre risco de morte e o transfere para Brasília
-
GERAL4 dias atrás
Funcionário pula em rio para resgatar paciente e desaparece