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Mato Grosso e o Desafio dos Fertilizantes

Caminhos para a Eficiência e Sustentabilidade

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OPINIÃO

Mato Grosso, maior produtor agropecuário do Brasil, enfrenta um desafio estratégico: a dependência de fertilizantes importados. O estado consome cerca de 25% dos fertilizantes utilizados no país, enquanto, em nível nacional, mais de 85% desse insumo vem do exterior, tornando o setor vulnerável a oscilações cambiais, crises geopolíticas e gargalos logísticos.

Diante desse cenário, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) sediou, no dia 17 de fevereiro, o Workshop – Perspectivas para Produção e Uso Sustentável de Fertilizantes no Estado de Mato Grosso. O evento reuniu representantes da UFMT, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), International Fertilizer Development Center (IFDC – EUA), Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC-MT), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECITECI-MT), FAMATO, Instituto SENAI de Tecnologia, dentre outros.

O encontro promoveu um debate sobre estratégias para reduzir a dependência externa e desenvolver soluções sustentáveis para o uso de fertilizantes, destacando a importância das parcerias interinstitucionais público-privadas, em alinhamento com o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF).

O PNF propõe reduzir a importação de fertilizantes para menos de 50% até 2050, promovendo a produção nacional e o uso eficiente dos insumos. Em Mato Grosso, a implementação desse plano é essencial para garantir maior independência produtiva e segurança para o agronegócio.

A dependência externa de fertilizantes é um fator crítico para o agronegócio mato-grossense. Por isso, precisamos trilhar caminhos viáveis para reduzir essa vulnerabilidade. O Brasil e Mato Grosso possuem recursos naturais abundantes, setor produtivo forte e engajado, pesquisa científica avançada em agricultura tropical e abertura interinstitucional público-privada para o desenvolvimento de fertilizantes mais adaptados às condições agrícolas e climáticas locais.

Para que essa transformação aconteça, é necessário um compromisso efetivo entre os diferentes agentes envolvidos com o setor de fertilizantes. Portanto, o fortalecimento da cooperação entre academia, setor produtivo, dentro e fora da porteira, e governos é um passo fundamental para que Mato Grosso continue liderando a produção agropecuária brasileira com ainda mais eficiência, competitividade, lucratividade e sustentabilidade no cenário global.

 

*Por Prof. Dr. Lucas Oliveira de Sousa, PhD em Ciências Agrícolas (Universität Hohenheim), professor e pesquisador da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT, consultor e palestrante.

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OPINIÃO

Conexão Noruega-Mato Grosso: Ciência e Robótica no Agro.

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A internacionalização do agronegócio mato-grossense tem se consolidado como uma estratégia fundamental para fortalecer sua competitividade global, promover inovação tecnológica e garantir a sustentabilidade da produção. Nesse contexto, a cooperação internacional desempenha um papel estratégico, ao possibilitar o intercâmbio de conhecimento, o desenvolvimento de soluções inovadoras e a formação de profissionais altamente qualificados.

O projeto DIP-Farm Edu – Programa de Inovação Digital para Educação e Pesquisa em Robótica Agrícola, Melhoramento de Plantas e Produção Sustentável de Alimentos (em português) – exemplifica esse potencial. Trata-se de uma iniciativa de cooperação entre Mato Grosso e Noruega, liderada pela Universidade Norueguesa de Ciências da Vida (NMBU) e pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com a participação do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT) e de empresas e organizações do setor agroindustrial dos dois países.

Como professor e pesquisador envolvido nesse projeto, terei a oportunidade de ministrar o curso “Agronegócio Global Sustentável” para os participantes noruegueses e brasileiros. Esse curso será um espaço estratégico para a troca de conhecimento entre Brasil e Noruega, permitindo que os alunos compreendam os desafios e oportunidades do agronegócio sustentável sob múltiplas perspectivas. Além disso, o curso será uma oportunidade para promover a imagem do setor de produção agropecuário e agroindustrial de Mato Grosso, destacando sua relevância econômica, sua competitividade global e os avanços em tecnologia e sustentabilidade. Essa exposição fortalecerá a conexão entre os dois países, com potencial para abrir novas possibilidades de colaboração e até mesmo de investimentos no agronegócio mato-grossense.

Com duração de 2025 a 2028, o projeto visa fomentar a inovação digital aplicada ao agronegócio, com foco no uso de robótica, inteligência artificial e big data para a produção sustentável de alimentos. Além disso, promoverá a mobilidade acadêmica e o desenvolvimento de um ambiente de aprendizado global para estudantes brasileiros e noruegueses.

Essa interação acadêmica e científica reflete a importância da colaboração internacional como impulsionadora do desenvolvimento tecnológico no agronegócio mato-grossense. Além de facilitar o acesso a pesquisas de ponta e inovações aplicadas, ela fortalece a inserção do estado em redes globais de conhecimento, ampliando as oportunidades de negócios e consolidando Mato Grosso como referência global em produção sustentável.

Dessa forma, projetos como o DIP-Farm Edu representam mais do que uma parceria acadêmica: são um passo essencial para transformar o futuro do agro, alinhando competitividade, tecnologia e responsabilidade socioambiental.

 

*Prof. Dr. Lucas Oliveira de Sousa é PhD em Ciências Agrícolas (Universität Hohenheim), professor e pesquisador da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT, consultor e palestrante.

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