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Dividir para conquistar

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OPINIÃO

Júlio César (100 a.C. a 44 a.C.) foi talvez o governante de maior sucesso em toda a história da humanidade, afinal o ditador perpétuo além de reformar o calendário cristão, foi o responsável pela expansão do império romano para o oriente, reorganizou as finanças, e estendeu os direitos dos cidadãos de Roma para outros territórios. Esses feitos, além de vários outros o concederam o título de Divino Júlio.

Mas o grande sucesso da ascensão de Júlio César foi a sua habilidade política. Deu mais poder ao senado, e infortunadamente depois seria assassinado pelos próprios senadores. Sua estratégia era muito simples, dividir para conquistar e outros líderes mundiais e até mesmo tiranos se valeram da mesma estratégia, como Felipe II da Macedônia e Napoleão Bonaparte.

A expressão foi eternizada pela história e em livros como a arte de guerra e o príncipe, e o princípio é muito simples, criar instabilidade entre os semelhantes para enfraquecê-los e depois dominá-los. Te fez lembrar alguma coisa? Passados mais de 2 mil anos o mundo presencia um movimento bem parecido.

Ao que parece o Presidente Donald Trump leu, e releu as publicações de Sun Tzu e Maquiavel, e assim como Júlio César implementou desde o 1º dia de seu reinado, ou melhor, de seu mandato, uma política de tirar efetivamente as grandes potências mundiais de suas zonas de conforto. Foi assim quando disse que iria incorporar a Groenlândia ao território americano, tomar o canal do Panamá e até mesmo mudar o nome do Golfo do México.

Mas não parou por aí.

Ao retirar os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde e abandonar o acordo de Paris sobre o clima, o presidente americano mandou um recado claro para os países europeus, o de não vamos nos submeter às suas regras! Ainda, ao impor restrições ao México e ao Canadá, Trump disse aos vizinhos que estamos sob nova direção, somos melhores, maiores, mais ricos e não precisamos de vocês.

Não satisfeito virou sua metralhadora ao Brasil, impondo tarifas sobre o aço, alumínio e por último o etanol, produtos que compõem a maior parte da cesta de mercadorias brasileiras enviadas ao Tio San, e como se não bastasse resolveu criar um resort na Faixa de Gaza, onde o visitante poderia usufruir das belezas do mar mediterrâneo, tirar 1 ou 2 dias para visitar as pirâmides do Egito, estender o passeio até Jerusalém e ainda aproveitar o clima festivo e harmônico entre os israelenses e o Hamas.

Agora a intriga é com o bloco econômico formado originalmente pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e onde recentemente se juntaram o Irã, a Arábia Saudita, o Egito, a Etiópia e o Emirados Árabes Unidos, onde sob o pretexto de que os países membros não abandonem a moeda americana de suas transações comerciais conseguiu colocar um bode na sala dos BRICS.

Tudo isso é estratégia, e é a mesma usada por Júlio César, dividir para conquistar! Ao mesmo tempo que taxa o Brasil e a China, o presidente americano faz afagos à Rússia, buscando a paz com a Ucrânia.

Resta saber se ao longo de mais de 2 mil anos as nações aprenderam a lidar com a estratégia usada por Roma para expandir seus territórios ou serão presas fáceis para o presidente que tem como seu general de guerra nada mais nada menos que o Senhor Elon Musk, CEO de várias empresas do ramo de tecnologia, energia e comunicação, e dono de um patrimônio de 400 bilhões de dólares.

Ao que parece temos um novo candidato a líder global, com novas armas, mas com a mesma estratégia.

 

*Luciano Vacari é gestor de agronegócios e CEO da NeoAgro Consultoria.

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OPINIÃO

Conexão Noruega-Mato Grosso: Ciência e Robótica no Agro.

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A internacionalização do agronegócio mato-grossense tem se consolidado como uma estratégia fundamental para fortalecer sua competitividade global, promover inovação tecnológica e garantir a sustentabilidade da produção. Nesse contexto, a cooperação internacional desempenha um papel estratégico, ao possibilitar o intercâmbio de conhecimento, o desenvolvimento de soluções inovadoras e a formação de profissionais altamente qualificados.

O projeto DIP-Farm Edu – Programa de Inovação Digital para Educação e Pesquisa em Robótica Agrícola, Melhoramento de Plantas e Produção Sustentável de Alimentos (em português) – exemplifica esse potencial. Trata-se de uma iniciativa de cooperação entre Mato Grosso e Noruega, liderada pela Universidade Norueguesa de Ciências da Vida (NMBU) e pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com a participação do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT) e de empresas e organizações do setor agroindustrial dos dois países.

Como professor e pesquisador envolvido nesse projeto, terei a oportunidade de ministrar o curso “Agronegócio Global Sustentável” para os participantes noruegueses e brasileiros. Esse curso será um espaço estratégico para a troca de conhecimento entre Brasil e Noruega, permitindo que os alunos compreendam os desafios e oportunidades do agronegócio sustentável sob múltiplas perspectivas. Além disso, o curso será uma oportunidade para promover a imagem do setor de produção agropecuário e agroindustrial de Mato Grosso, destacando sua relevância econômica, sua competitividade global e os avanços em tecnologia e sustentabilidade. Essa exposição fortalecerá a conexão entre os dois países, com potencial para abrir novas possibilidades de colaboração e até mesmo de investimentos no agronegócio mato-grossense.

Com duração de 2025 a 2028, o projeto visa fomentar a inovação digital aplicada ao agronegócio, com foco no uso de robótica, inteligência artificial e big data para a produção sustentável de alimentos. Além disso, promoverá a mobilidade acadêmica e o desenvolvimento de um ambiente de aprendizado global para estudantes brasileiros e noruegueses.

Essa interação acadêmica e científica reflete a importância da colaboração internacional como impulsionadora do desenvolvimento tecnológico no agronegócio mato-grossense. Além de facilitar o acesso a pesquisas de ponta e inovações aplicadas, ela fortalece a inserção do estado em redes globais de conhecimento, ampliando as oportunidades de negócios e consolidando Mato Grosso como referência global em produção sustentável.

Dessa forma, projetos como o DIP-Farm Edu representam mais do que uma parceria acadêmica: são um passo essencial para transformar o futuro do agro, alinhando competitividade, tecnologia e responsabilidade socioambiental.

 

*Prof. Dr. Lucas Oliveira de Sousa é PhD em Ciências Agrícolas (Universität Hohenheim), professor e pesquisador da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT, consultor e palestrante.

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