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OPINIÃO

Finalmente após longos 25 anos de negociação, diálogo, um pouco de corpo mole e muitas viagens, representantes dos países do Mercosul e da União Europeia chegaram a um acordo em relação ao tratado de livre comércio entre os blocos. É claro que ainda falta muita coisa, por exemplo a votação por parte dos países europeus, e sobretudo colocar o acordo em prática.

Estima-se que o impacto no volume financeiro deste acordo seja da ordem de 95 bilhões de reais, somente para o Brasil, sem contar o tamanho do mercado consumidor, 720 milhões de pessoas, ou seja, o maior bloco de livre comércio do planeta. Entretanto, os cidadãos do velho continente são mestres em negociação, afinal, fazem isso a milênios. E aí temos um ponto de atenção, ou melhor, vários pontos.

Não por acaso é que daqui para lá vão, por exemplo matéria prima para ração animal (11,6%) e minérios metálicos e sucata (9,8%) ao passo em que compramos produtos farmacêuticos e medicinais (14,7%) e máquinas em geral e equipamentos industriais (9,9%). Este acordo coloca o Mercosul, principalmente o Brasil em uma situação privilegiada, afinal, somos grandes produtores de alimentos, os maiores e por que não os mais competitivos, e alimentos é uma coisa muito desejada na Europa, e levado muito a sério.

Nesses últimos 25 anos vimos de tudo quanto foi jeito os europeus inventarem motivos para não comprar, ou taxar nossos produtos. Tivemos problemas com a carne bovina, com o suco de laranja, com o café, com o açúcar e por aí vai. Ano após ano apareciam novas barreiras comerciais disfarçadas de barreiras sanitárias, e por último, barreiras ambientais.

E aqui começa nossa oportunidade.

O Brasil é o maior produtor de alimentos, fibras e energia do mundo. Somos reconhecidos interplanetariamente pela qualidade da nossa carne bovina, e mais, pelo volume e preço extremamente competitivos. Mas só isso não basta, afinal exportamos commodities, e quando se fala em commodities, a lei da oferta e demanda sempre prevalece.

Temos que ter um diferencial. Uma marca, uma garantia que além da qualidade nos torna únicos.

Imaginem o selo “FEITO NO BRASIL” em todas as etiquetas de nossos cortes mandados daqui para lá? Uma etiqueta que remeta aos aromas e sabores nacionais, com todas as garantias sanitárias, de qualidade, de boas práticas de produção e livre de desmatamento? Nenhum país do mundo tem essa oportunidade, o Brasil tem!

Está muito mais fácil do que se imagina, afinal temos um dos controles sanitários mais rígidos do mundo. A qualidade da nossa carne é invejada por todos. Produzimos com respeito social e bem estar animal, e não temos mais necessidade alguma de esconder nossos índices de desmatamento, aliás, não temos necessidade de sequer desmatar mais alguma coisa para produzir. Só precisamos mostrar e demonstrar nossos processos, isso se chama rastreabilidade.

Mas aqui fica uma pergunta. Se temos 66% de nossa área totalmente preservada, sendo que 25% dessa área pertence ao produtor rural, e mais, nossos índices de desmatamento são os menores da história, a quem interessa não termos ainda um sistema de rastreabilidade individual no rebanho bovino brasileiro?

 

*Luciano Vacari é gestor de agronegócios e CEO da NeoAgro Consultoria.

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OPINIÃO

Autocuidado feminino para prevenir câncer de colo de útero deve ser meta

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O início de um novo ano é sempre propício para reflexões e metas, mas também é um momento estratégico para lembrar a importância do cuidado feminino com a saúde. Este mês é dedicado ao Janeiro Verde, uma campanha nacional de conscientização que busca alertar as mulheres sobre o câncer de colo de útero, uma doença silenciosa, porém prevenível, que afeta milhares de brasileiras.

Este tipo de câncer, também chamado de câncer cervical, é o terceiro mais comum entre mulheres no Brasil. Fica atrás apenas do câncer de mama e do câncer de pele não melanoma. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o país registra, anualmente, cerca de 17 mil novos casos da doença. É um desafio significativo à saúde pública.

É importante lembrar que a rotina acelerada da mulher contemporânea, marcada por jornadas duplas entre trabalho e família, muitas vezes faz com que a saúde fique em segundo plano. É um contexto real feminino. No entanto, o câncer de colo de útero reforça a necessidade de colocar o bem-estar no centro das prioridades, especialmente aquelas planejadas a cada início de ano. A prevenção é simples e eficaz. As estratégias disponíveis, como a vacinação contra o HPV e o exame preventivo Papanicolau, podem salvar vidas.

O câncer de colo de útero surge, em sua maioria, após infecções persistentes pelo Papilomavírus Humano (HPV), um vírus transmitido predominantemente por relações sexuais. Em alguns casos, o vírus provoca alterações celulares que, sem tratamento, podem evoluir para tumores malignos. Ele começa com presença de lesões nos tecidos ao redor do colo uterino, depois de infecções persistentes. A lesão com presença de alteração celular tem como agente causador alguns tipos de Papilomavírus Humano (HPV) oncológicos, se estendendo para toda região vaginal, do reto e bexiga.

Os fatores de risco são: início precoce da vida sexual; múltiplos parceiros; tabagismo e baixa adesão à vacinação e exames preventivos. A prevenção inclui dois passos. Primeiro: vacina contra o HPV disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina protege contra os principais tipos do vírus relacionados ao câncer.

O segundo passo é o exame preventivo (Papanicolau), que deve ser realizado por mulheres a partir dos 25 anos ou que já iniciaram a vida sexual, preferencialmente uma vez por ano. O exame detecta alterações precoces que podem ser tratadas antes de se tornarem cancerosas.
Um dos maiores desafios desse tipo de câncer é que ele é silencioso em suas fases iniciais. Apenas em estágios mais avançados surgem sintomas como sangramento vaginal anormal, corrimento persistente ou dor pélvica. Por isso, é essencial rastrear esse tipo de doença. A análise feita por patologistas a partir do material coletado no Papanicolau é capaz de identificar alterações celulares antes que elas evoluam para um câncer. Além disso, em caso de resultados suspeitos, procedimentos como colposcopia e biópsia são recomendados para confirmar o diagnóstico. Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura ultrapassam 90%.

A vacinação contra o HPV é uma medida que tem o potencial de transformar gerações. Estudos apontam que, com altas taxas de adesão à vacina, a incidência de câncer cervical pode ser reduzida drasticamente nas próximas décadas. No entanto, a imunização por si só não basta. A combinação da vacina com exames preventivos regulares é a melhor forma de garantir que as mulheres fiquem protegidas contra o câncer de colo de útero.

Nesse contexto, o Janeiro Verde é mais do que uma campanha de saúde. É um chamado à ação feminina. Mulheres precisam e devem colocar a saúde em primeiro lugar. Cuidar de si mesma não é apenas um ato de amor próprio, mas também um compromisso com sua família e com o futuro. É importante aproveitar este mês para dar o primeiro passo. Quando se trata de prevenção, o tempo é o maior aliado. *Carlos Aburad é médico patologista do CPC Aburad Diagnóstico

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