O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja), Antônio Galvan, não conseguiu depor à Polícia Federal esta manhã em Sinop. Ele se apresentou acompanhado de seu advogado, mas uma falha técnica impediu o contato dos policiais de Sinop com os de Brasília, que comandam as investigações. Uma nova data será marcada. Conforme o MT Notícias informou, na sexta-feira (20) Galvan foi alvo de busca e apreensão, na sexta-feira (20), sob suspeita de incentivar atos violentos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) na operação que também implica os cantores Sérgio Reis e Eduardo Araújo.

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Durante a tentativa de depoimento, produtores de Sinop, ligados ao Sindicato Rural do município, fizeram uma manifestação em favor de Galvan em frente ao prédio da Polícia Federal. O ruralista saiu do prédio, agradeceu o apoio em um breve discurso (veja o vídeo abaixo) e foi embora em cima de um trator, segurando bandeiras do Brasil. “Não vai ser meia dúzia que vai nos intimidar de defender o nosso país e a nossa liberdade de todos os brasileiros”, disse. “A gente está lutando por um país melhor. Fomos envolvidos numa situação na qual a gente não deve”, acrescentou.

A Polícia ainda não definiu nova data para o depoimento, mas Galvan se colocou à disposição para se apresentar em Brasília, onde já estará na próxima semana. “Infelizmente envolve a gente, mas num assunto bom, porque eu acho que a gente tem que preservar a nossa liberdade e os nossos direitos. E nós vamos à luta sim”.

O presidente do Sindicato Rural de Sinop, Ilson Redivo, é um dos manifestantes que saiu em cima do trator e que externou o apoio a Galvan, que também presidiu o sindicato local.  “É uma lástima, uma perseguição. Essas pessoas que tiraram a liberdade de expressão delas de se manifestarem publicamente, isso não pode acontecer. São pessoas que, a vida toda, trabalharam para o bem do país, para o bem da sociedade. E disso, todos somos testemunhas”, declarou em frente à delegacia.

Redivo exaltou influência de Galvan no meio ruralista e disse que o STF quer “cercear” a liderança do produtor para esvaziar os protestos contra a Corte que os produtores rurais organizam para o dia 7 de setembro. Segundo Redivo, Galvan “foi pego para Cristo como amanhã podem pegar qualquer um de nós”.

O presidente do sindicato disse entender que Galvan deve cumprir a decisão de permanecer afastado da Praça dos Três Poderes, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, o mesmo que autorizou a operação, mas que deve contestá-la na Justiça, o que já é estudado por Galvan. E reforçou, em tom de ameaça, que a classe continua determinada a permanecer em Brasília.  “Eles querem enfraquecer o movimento, só que eles estão enganados com isso, nós vamos fortalecer o movimento ainda mais, vamos a Brasília no dia 7 e vamos ficar lá até que a coisa se resolva”, acrescentou.

Conforme o MT Notícias informou, Galvan foi implicado na operação depois que demonstrou apoio às intenções do cantor Sérgio Reis de “arrancar na marra” os ministros do STF.  Policiais foram até a sua casa em Sinop, na sexta-feira, e fizeram apreensão de documentos. o produtor rural é suspeito de organizar e financiar os atos em Brasília.