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Agro no tarifaço

Brasil aumenta exportação de soja à China em 13,9% em julho

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AGRICULTURA

As exportações de soja do Brasil para a China aumentaram 13,9% em julho em relação ao ano anterior, mostraram dados alfandegários chineses nesta quarta-feira (20), enquanto os suprimentos vindos dos EUA para o país asiático caíram 11,5%.

O maior comprador de soja do mundo importou 10,39 milhões de toneladas da oleaginosa do Brasil no mês passado, ou 89% do total das importações, em comparação com 9,12 milhões de toneladas no ano anterior, segundo dados da Administração Geral de Alfândega da China.

As chegadas dos EUA ficaram em 420,87 mil toneladas em julho, abaixo das 475,39 mil toneladas do ano anterior.

No geral, as importações da China em julho atingiram recorde histórico o mês, com 11,67 milhões de toneladas.

“As importações elevadas foram impulsionadas pela forte oferta brasileira e pelas preocupações persistentes com o comércio entre os EUA e a China, que estimularam a formação de estoques”, afirmou Liu Jinlu, pesquisador agrícola da Guoyuan Futures.

“Os riscos para o cenário estão nas negociações comerciais entre os EUA e a China e o impacto das políticas domésticas de controle da capacidade de suínos sobre a demanda”, avaliou.

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De janeiro a julho, a China importou 42,26 milhões de toneladas do Brasil, uma queda de 3% em relação ao ano anterior, enquanto os embarques dos EUA totalizaram 16,57 milhões de toneladas, um aumento de 31,2%, segundo os dados.

A China não fez pré-compra de soja da próxima safra dos EUA devido às tarifas altas, um atraso incomum que os comerciantes alertam que pode fazer com que os exportadores dos EUA percam bilhões em vendas, já que os compradores estão optando pelas cargas brasileiras para embarque durante a principal temporada de comercialização dos EUA.

Em uma carta na terça-feira, os produtores de soja dos EUA pediram ao presidente Donald Trump que chegue a um acordo comercial com a China que garanta acordos significativos de compra de soja. No momento, as negociações estão suspensas até novembro, e os norte-americanos continuam cobrando taxa de 30% sobre as exportações chinesas.

A China importou 561,03 mil toneladas de soja da Argentina em julho. As importações de soja do país de janeiro a julho atingiram 672.,63 mil toneladas, um aumento de 104,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

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AGRICULTURA

Cade mantém suspensão da moratória da soja a partir de 2026

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Foto: Reprodução

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) decidiu, nesta 3ª feira (30.set.2025), manter a suspensão da moratória da soja a partir de janeiro de 2026. O acordo entre exportadores de soja continuará em vigor até 31 de dezembro de 2025, prazo para que as tradings possam se adaptar às mudanças.

Criada em 2006, o mecanismo consiste em um pacto firmado entre comerciantes, exportadores, indústrias, organizações ambientais e o governo federal. O acordo impede a compra de grãos cultivados em áreas desmatadas da Amazônia após julho de 2008.

Embora não tenha força de lei, a moratória se consolidou como mecanismo de autorregulação ambiental e se tornou requisito de acesso a mercados exigentes, como o da União Europeia. O acordo foi firmado antes da entrada em vigor do atual Código Florestal, que permite o desmate legal de até 20% da área em propriedades na Amazônia.

A investigação sobre o caso foi aberta após representação da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.

FUNDAMENTOS

O conselheiro relator do processo, Carlos Jacques, votou pela manutenção integral da medida preventiva e afirmou que há outras formas de assegurar a compra de soja de áreas regulares sem a necessidade de compartilhamento de informações entre concorrentes. O entendimento é de que essa prática configura como cartel.

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“Poderia uma trade estabelecer por política interna sua que somente adquiriria soja de locais com desmatamento zero. Não precisa dialogar com os demais concorrentes para isso […] O objetivo de monitoramento de áreas afetadas desmatamento zero poderiam ser atingidos por métodos menos indiciários de prejuízo à concorrência, como o caso do Car (Cadastro Ambiental Rural), que valida a propriedade”, declarou.

Em entrevista ao Poder360 concedida na 6ª feira (26.set), o presidente da autarquia, Gustavo Freitas de Lima, afirmou que a moratória pode ser um instrumento de coordenação entre concorrentes, porque as empresas se reúnem sem protocolo antitruste.

Segundo Lima, a preocupação central não é sobre o mérito ambiental da iniciativa, mas sobre a forma como o pacto é conduzido entre as tradings.

“Não acho que há um conflito entre legislação ambiental e legislação concorrencial. A legislação da concorrência não está acima da lei ambiental, mas também não está abaixo. Está lado a lado. Eles têm que cumprir ambas”, declarou.

Ele reforçou que a autarquia não avaliza negócios ilegais.

“Se há uma produção ilegal de soja, está havendo desmatamento ilegal? As empresas devem não comprar. Elas devem se recusar a comprar esse produto. Não é isso que acontece na moratória da soja. A nossa preocupação […] são grandes empresas, que respondem por 90% do que a gente chama de trading –que é compra e venda de soja– estarem se juntando na mesma mesa sem ter um protocolo antitruste”, disse na entrevista ao jornal digital.

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POSICIONAMENTOS DO SETOR

A Aprosoja-MT (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso) comemorou a decisão. Em nota, disse que a decisão do Cade reforça os indícios de cartel e evidencia as práticas anticoncorrenciais do mecanismo.

“As manifestações da Superintendência-Geral do Cade, do relator e do presidente mostram que o fim da moratória é um passo essencial para o Brasil reafirmar que sustentabilidade e legalidade não se opõem, afinal não se pode simular políticas ambientais como pretexto para a exclusão econômica”, afirmou em nota.

Do outro lado, associações exportadoras como Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) e Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) afirmam que a moratória foi essencial para conter o avanço do desmatamento e proteger a imagem do Brasil no exterior.

“A moratória é um compromisso multissetorial, voluntário, 100% transparente e referência internacional em desenvolvimento sustentável há quase duas décadas”, disse a Abiove.

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